Resenha: Palácio da Traição – Jason Matthews
Sinopse Arqueiro: A Capitã Dominika Egorova, espiã do SVR, o Serviço Secreto Russo, acaba de retornar a Moscou depois de uma temporada no Ocidente. O que ninguém desconfia é que ela está trabalhando para a CIA como a principal agente de Washington infiltrada no SVR e no Kremlin. Para complicar ainda mais essa situação arriscada, Dominika está apaixonada pelo seu contato na CIA, o agente Nate Nash, e o clima de desejo entre eles é tão perigoso quanto ser espiã dupla em Moscou. Talvez mais. Enquanto tenta realizar sua missão, a agente precisa lidar com desafios como um chefe criminoso, tentativas de assassinato, emboscadas de contrainteligência e – o mais assustador – uma conversa noturna com o presidente Putin, vestida apenas com uma camisola. E quando um infiltrado depara com o nome dela numa lista secreta de fontes, a sentença de morte de Dominika é decretada. (Resenha: Palácio da Traição – Jason Matthews)
Opinião: Thrillers de espionagem nunca me atraíram muito e tive algumas decepções com algumas obras de Ken Follet, um autor de quem sou fã no campo da ficção histórica. Ao mesmo tempo o maior de todos os autores do gênero, John Le Carré, conseguiu fisgar minha atenção e mostrar o potencial dessas obras. E seguindo esse caminho de me aprofundar no gênero abri espaço na minha gigante lista de livros para Palácio da Traição, obra que é uma sequência de Operação Red Sparrow, de Jason Matthews.
Protagonizado pela espiã Dominika Egorova, Palácio da Traição é um thriller moderno totalmente antenado com nosso mundo e contando com uma participação super especial do presidente russo Vladimir Putin. Uma trama que tem a Rússia como um dos cenários certamente tem tudo para fascinar os leitores, até porque no meu imaginário é um dos países que mais combinam com espionagem e histórias urdidas nos bastidores do poder. E assim, acompanhamos Dominika atuando em dupla função. Mantendo sua posição junto ao serviço secreto russo, ela repassa informações para a CIA, e precisa lidar com invejas de seus superiores e um jogo em que seu nome acaba entrando no rol de pessoas a serem rapidamente eliminadas. Detalhe, ela conta com a total confiança de Putin, o que inicialmente pode ser um trunfo. Até quando?
Escrito por um oficial da CIA, Palácio da Traição traz toda a carga de conhecimento e detalhamento que o autor possui. Isso tem dois pontos bem distintos e que fazem muito a diferença para os leitores. Em primeiro lugar, a riqueza da ambientação, as descrições, cenários e, principalmente, a veracidade da história, fazem com que o livro tenha uma qualidade que supere a simples ficção. Muito do que é descrito, guardadas as adaptações, certamente é uma reprodução bem fiel do que se passa no mundo real da espionagem atual. Portanto, a maior qualidade da obra é o domínio que o autor tem do assunto que reflete na trama. Por outro lado, o excesso de descrições também tem sua parte ruim. O livro demora muito a engatar em um ritmo que atraia o leitor. Passamos por dezenas de páginas em que falta ação ou qualquer elemento que dê fluidez para a história. O desafio é não desanimar até que a história ganhe fôlego.
A ficção de Palácio da Traição se alimenta do que acontece no jogo de poder entre Rússia, Oriente Médio e Ocidente. Sua história, escrita em 2015, soa real demais para nós e aí reside o ponto que me conquistou e me faz indicar o livro, mesmo com as ressalvas de sua lentidão inicial. Para todos os que gostam do xadrez político, a obra é um convite ao prazer da leitura com boas doses de mistério. E a aventura não termina. Ainda há um terceiro livro para concluir essa trilogia Red Sparrow.
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O Autor: Jason Matthews é um oficial da CIA aposentado do setor de Operações Direcionadas, agora conhecido como Serviço Nacional Clandestino. Por 33 anos de carreira ele serviu em múltiplos lugares através do mundo, engajado em uma coleção de operações de segurança e inteligência secretas, especializado em áreas de operações proibidas. Matthews conduziu o recrutamento para operações contra o leste europeu soviético, leste da Ásia e Oriente-Médio junto com alvos caribenhos como chefe de várias estações da CIA, dirigiu projetos e ações infiltradas como o de Armas de Destruição em Massa, e colaborou com agentes de ligação estrangeiros no programa de contraterrorismo. Ele vive no sudeste da Califórnia.