Resenha: A Bússola de Ouro – Philip Pullman

Sinopse Suma de Letras: A Bússola de Ouro se passa em um mundo muito parecido com o nosso – mas com algumas curiosas diferenças. Ciência e religião se confundem. Todo ser humano possui um daemon, um animal inseparável que na infância toma várias formas. E existe um raríssimo objeto que aponta a verdade, mas ninguém sabe fazê-lo funcionar. Lyra é uma menina levada que vive na tranquila cidade universitária de Oxford, na Inglaterra. Lá, crianças começam a desaparecer. E quando seu grande amigo Roger, some, Lyra parte em sua busca, disposta a desafiar seus próprios temores. Na paisagem árida do Norte, onde tenta encontrar Roger, Lyra enfrenta uma terrível conspiração que faz uso de crianças-cobaias em sinistras experiências. Entre ursos usando armadura e bruxas que sobrevoam as sombrias geleiras, Lyra terá que fazer alianças inesperadas se quiser salvar o amigo de seu trágico destino. (Resenha: A Bússola de Ouro – Philip Pullman)

Opinião: E se a teoria dos mundos paralelos fosse verdade? E se pudéssemos construir uma ponte que conecta este mundo a algum outro? A Bússola de Ouro é o primeiro volume de uma trilogia aclamada de fantasia, intitulada Fronteiras Do Universo e considerada uma das melhores cem obras de todos os tempos pela revista Newsweek (revista estadunidense). Assinada pelo autor britânico Philip Pullman, a obra foi republicada no Brasil pela editora Suma de Letras em 2017, com miolo revisado e visual repaginado. Com tradução de Eliana Sabino, acompanhamos aqui, nessa primeira parte, a trajetória de uma garotinha de 12 anos, Lyra, que, para salvar seu melhor amigo, embarca em uma aventura que promete mudar completamente sua vida. Porém, a trama não se resume a isso.

Não posso imaginar o que eles lhe contaram na Faculdade Jordan sobre suas origens, mas eles não conhecem toda a verdade.

– Página 112

Imaginem uma tela em branco e um pincel e vários tons de tinta. Pullman, na contramão de diversas obras de fantasia, preza por pintar, aos poucos, sua história, apresentando os personagens de forma gradativa e construindo sua ambientação de modo a inserir o leitor bem naturalmente – esse desenvolvimento pode acabar frustrando leitores mais imediatistas, até porque, sendo a obra repartida em 3 momentos, o primeiro se revela com um ritmo bem devagar. A impressão que fica é a de que esse mundo fantástico realmente existe (você vai desejar que exista), porque a fantasia se desdobra de forma crescente, sem atropelos, chegando ao ápice de maneira tão bonita e de encher os olhos, com cenas de batalhas que pouco se vê por aí. A escrita do autor, poética em diversos momentos, é instigante e segura o ritmo de leitura, ora bem apressado ora mais calmo – é uma narrativa que segue os passos cotidianos de nossa protagonista, então esqueça qualquer excesso de reviravolta ou coisa do tipo.

“A Bússola de Ouro”, apesar de ser aparentemente só mais um livro infantojuvenil, derruba as paredes do seu gênero e aborda questões complexas como ciência, religião e política, remontando até mesmo elementos da Inquisição e que, confesso, não sei ainda se entendi. Além disso, desenvolve tramas sobre o poder de uma amizade, sobre família, lealdade, coragem e sobre crescer. Um livro rico, capaz de encantar e arrepiar, especialmente o capítulo 17, e considerado “o melhor livro de fantasia das últimas décadas” (The Washington Post).

Enquanto lyra observava, a imagem de uma cidade se formou atrás dos véus e dos jatos de luz translúcida: torres e domos, templos e colunatas, amplas praças e parques iluminados pelo sol. […] aquela cidade ficava a um universo inteiro de distância.

– Página 164

Se você gosta de livros com ursos de armadura, clãs de feiticeiras lutando ao lado dos humanos, balões e aurora boreal, esse livro é para você. Uma aventura construída vagarosamente, com personagens incríveis e final que deixa um gostinho de quero mais – felizmente há mais 2 volumes pela frente. Descubra novos mundos e abrace essa aventura! Ah, e não se esqueça de levar um casaco.

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O autor: Philip Pullman é um dos escritores mais aclamados da atualidade. Sua obra mais conhecida é a trilogia Fronteiras do Universo (composta por A bússola de ouro, A faca sutil e A luneta âmbar), que foi selecionada como uma das 100 melhores obras de todos os tempos pela revista Newsweek. Ele também ganhou vários prêmios importantes, incluindo o Carnegie Medal por A bússola de ouro; o Whitbread Prize por A luneta âmbar; e o Memorial Astrid Lindgren Prize, pelo conjunto da obra. Em 2004, Pullman foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico.

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Futuro enfermeiro e fanático assumido pela Marvel, principalmente por heroínas. Mineiro, passa a maior parte do seu tempo esperando pela sua carta de Hogwarts e sonhando em ser chamado para a iniciativa Vingadores. Gosta de todo tipo de livro, apaixonado por cinema e ainda mais por música.

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