Resenha: Se a Rua Beale Falasse – James Baldwin
Sinopse Companhia das Letras: Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A sólida história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão. Se a rua Beale falasse é um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano. (Resenha: Se a rua Beale falasse – James Baldwin)
Opinião: Publicado originalmente em 1974, a história ganhou as telas do cinema no final de 2018, sendo aclamado pela crítica e ganhando uma nova publicação em 2019 com a capa do filme. Antes de ler esse livro, já esperava uma história intensa, só pela premissa que o livro apresentava, mas o enredo criado pelo autor James Baldwin, falecido em 1987, é muito mais intenso do que sua sinopse apresenta.
No livro conhecemos a história dos jovens Tish e Fonny, ambos com 22 anos, apaixonados e cheios de planos. A ideia é se casar e sair da casa dos pais, mas num certo dia Fonny é abordado por um policial truculento e acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, sem qualquer tipo de prova. Tish, confiando na inocência do noivo, embarca em uma aventura com sua família para libertá-lo da cadeia. O acontecimento, por si só, já é um abismo para a vida do casal, mas um detalhe dramatiza ainda mais a história: ela está grávida.
A narrativa do livro é bem melancólica, escrito em primeira pessoa, Tish vai conduzindo o leitor por toda a sua angústia, decepção e desespero com toda a situação. Além de abordar sem medo temos como descriminação racial e preconceito, o autor coloca em primeiro plano personagens femininas numa época bastante contraditória. Uma voz, ainda hoje, muito importante para quebrar paradigmas.
Nesse livro o autor nos faz sentir como é ser negro em um país extremamente preconceituoso. De certa forma, nos machuca, pois apesar de ter sido escrito em 1974, infelizmente, ainda soa muito atual. Uma leitura pesada, mas muito interessante para refletirmos sobre os caminhos que a nossa sociedade está seguindo. Vale a leitura, a reflexão, o compartilhamento e os aplausos ao autor.
Avaliação: 5 de 5 estrelas
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