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Resenha: Contágio – David Koepp

Resenha: Contágio – David Koepp

Sinopse HarperCollins: Em 1987, o agente do Pentágono, Roberto Diaz, é enviado a uma pequena comunidade no deserto australiano para investigar o surgimento de uma nova espécie de fungo que adoeceu todos que entraram em contato com ele. Porém, ao chegar no local, descobre algo bem pior: o organismo modifica o próprio DNA a uma velocidade impressionante e pode exterminar a vida na Terra em poucos dias. Com a ajuda de sua parceira, Diaz consegue conter a ameaça. Um único espécime do fungo, no entanto, é capturado e levado a uma base militar americana para ser isolado a centenas de metros debaixo da terra. Décadas depois, a mesma base é vendida para uma empresa privada e, com o aumento da temperatura do planeta, o fungo consegue se libertar de sua quarentena. A princípio, os dois vigias do lugar ― Travis “Teacake” Meacham, um ex-presidiário tentando reorganizar sua vida, e Naomi Williams, uma mãe solteira ― não fazem ideia de como estão perto do perigo. E agora o único que pode ajudá-los é o aposentado agente Diaz. O trio, então, tem apenas uma noite para salvar o mundo de um terrível destino. Mas, tendo apenas a sorte e a coragem como armas, eles serão capazes de impedir o contágio? (Resenha: Contágio – David Koepp)

Opinião: Tensões pré-apocalípticas são um dos meus ingredientes preferidos para thrillers de ficção científica. Alguns poucos autores souberam de verdade como dosar imaginação, informação e ritmo de forma a produzir histórias instigantes, curiosas e divertidas. Desses, um único nome, pra mim, se destacou a ponto de se transformar em um dos preferidos: Michael Crichton. Curiosamente, é do roteirista responsável por levar um dos livros de Crichton aos cinemas a divertidíssima obra que a HarperCollins trouxe em tempo record ao Brasil.

Contágio é um thriller de ação e ciência que pende mais para o humor sarcástico e irônico do que pela tensão que o tema, de forte ameaça ao futuro da humanidade, normalmente exigiria. Por mais séria que seja a situação a qual os personagens se encontram envolvidos, numa verdadeira corrida contra o tempo, as divagações pessoais de cada um, dosadas de bom humor, e o senso de ironia do autor ao destrinchar fatos e casos acabaram prevalecendo. O resultado foi que me diverti e dei boas risadas muito mais do que fiquei tenso com o perigo que estava à espreita.

E o perigo é um fungo, resultante de umas misturas loucas de uns produtos. Ao capricho do acaso, seja sorte ou azar, acabou-se por produzir uma nova espécie de fungo capaz de se reproduzir numa velocidade absurda e com alto potencial de contágio. Quando essa gracinha encontra humanos, aí já era. Os efeitos são absurdos e devastadores. Ah, e não se esqueçam do que escrevi: alto potencial de contágio. Começa então a missão de salvar a humanidade. Um ritmo de narrativa tão veloz quanto a metralhadora de humor de David Koepp, não vou me cansar de citar essa característica.

“Dado o pequeno tamanho da barata, esse feito era o equivalente humano de escalar de joelhos o Kilimanjaro logo depois de ir para a guilhotina. A barata minúscula havia realizado talvez o maior ato de conquista física na história da vida na Terra. Então um carro estacionou em cima dela”.

Contágio é um ótimo livro graças a seus personagens encantadores. Sério. Por mais filme B de sábado a noite na TV aberta que a trama possa parecer, os personagens conquistam nossa simpatia logo de cara e não tem como não se envolver com eles. No fim das contas, pra mim, a ameaça do fungo foi largada em segundo plano justamente porque eu fiquei fã de acompanhar o jeitão de cada personagem para lidar uns com os outros e com a situação em si. Junte-se a isso uma narrativa que faz as trezentas páginas passarem num estalar de dedos. É um livro para ser devorado e uma ótima pedida para um fim de semana.

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O Autor: David Koepp é roteirista de cinema. Escreveu Jurassic Park, Homem-Aranha, Missão: Impossível e Indiana Jones e o reino da caveira de cristal, entre diversos outros sucessos. Contágio é seu livro de estreia.

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