Sinopse Editora Rocco: (Resenha: A Garota do Casaco Azul – Monica Hesse). Amsterdã, inverno de 1943. Hanneke Bakker não é mais a garota que era há dois anos e meio. Depois de perder seu namorado durante a invasão alemã à Holanda, a garota é transformada pela guerra. Trabalhando com contrabando como forma de sustentar a família e resistir do seu modo à ocupação nazista, Hanneke recebe diversos pedidos estranhos de clientes, mas nenhum deles tão amedrontador quanto o de encontrar uma garota judia que sumira de seu esconderijo sem explicação.
Com poucas pistas por onde começar, além do fato de a garota usar um casaco azul, Hanneke acaba sendo arrastada para o centro da resistência holandesa. Para encontrar Mirjam Roodveldt, Hanneke precisará colocar sua vida em risco, seus ideais à frente e deparar com a realidade brutal do nazismo.
Opinião: Quando peguei esse livro pra ler sabia vagamente sobre a história, me interessei pelo simples fato de ser uma ficção história sobre a Segunda Guerra Mundial. Com a expectativa em baixa, me peguei bastante envolvido e totalmente surpreso já nos capítulos iniciais.
No enredo, a autora nos apresenta a história de Hanneke Bakker, em plena guerra, vivendo sob o medo da invasão nazista em Amsterdã no ano de 1943. Já conhecemos aqui a personagem completamente transformada pelos anos de guerra, trabalhando como contrabandista para sustentar e proteger sua família. Em sua trajetória, Hanneke já recebeu pedidos inusitados, mas nenhum se compara ao desespero de encontrar uma jovem judia que sumiu misteriosamente de seu esconderijo.
O pedido implora para que ela encontre a garota antes dos nazistas, mas a única pista é que a menina vestia um casaco azul. Em um mundo onde uma menina judia sequer deveria existir, seguindo a lógica do pensamento nazista, como Hanneke poderia encontrar uma jovem sabendo apenas que ela estaria usando um casaco azul?
Já li muitos livros sobre a segunda guerra e, particularmente pra mim, é sempre uma experiência de alma poder conhecer histórias e mais histórias que se passam no período de guerra. Na maioria desses livros, sempre tive a sensação de que, na época, as pessoas não tinham a real ideia do que acontecia com o povo judeu realmente. A maquina de propaganda do governo nazista era tão poderosa que conseguia deixar a sensação de que estariam realmente isolando, mas cuidando dos judeus que eram “separados” das grandes cidades para trabalhar em campos isolados. No filme “O menino do pijama listrado“, do diretor Mark Herman, lançado em 2008, vemos exatamente como era montada essa farsa para a maquina de propaganda do partido nazista alemão.
Nesse livro, a medida que a protagonista se envolve na investigação para encontrar a jovem Mirjam, ela retorna a locais que foram importantes na sua vida antes da guerra, conhece pessoas que trabalham para ajudar e tentar salvar o máximo de vidas possíveis. É angustiante acompanhar Hanneke em sua investigação. A cada passo que a jovem dá, vai descobrindo o real motivo do desaparecimento misterioso de judeus ao longo da invasão.
Monica Hesse merece todos os aplausos que podemos lhe dar, por seu trabalho de pesquisa história e transformação desse conteúdo em um romance valente, corajoso e emocionante. A autora conseguiu transformar uma história pesada em páginas intrigantes e nos proporciona conhecer mais sobre um período tão sombrio da nossa história.
Um livro de tirar o fôlego. Conforme a personagem principal vai desvendando os horrores do nazismo, o leitor acompanha sua trajetória agoniante e vive, na mesma intensidade que a personagem, a descoberta de como o homem é capaz de destruir a si próprio. Com pesquisa histórica impecável, é um presente para as pessoas que se interessam pelas várias faces de uma guerra que deixou marcas profundas na humanidade.
Avaliação: 5 de 5 estrelas
Sobre a autora: é jornalista e escreve para o The Washington Post, veículo para o qual já cobriu casamentos reais, campanhas políticas, cerimônias do Oscar e diversos outros acontecimentos. Como Jornalista, ganhou o prêmio Society for Feature Journalism’s Narrative Storytelling. Seu primeiro romance, American Fire, e A Garota do Casaco Azul ganharam o Edgar Award na categoria de Melhor Suspense Histórico Juvenil. Monica é vegetariana e mora com o marido e seu cachorro.