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Resenha: Desventuras em Série: livro primeiro ao livro sétimo – Lemony Snicket

Sinopse Seguinte: Imagine treze histórias tão terríveis que abalaram mais de 60 milhões de leitores por todo o mundo. Treze histórias tão sinistras que a lista de mais vendidos do New York Times não conseguiu se livrar delas durante sete anos. Partindo de um “Mau começo”, o leitor acompanhará as desastrosas aventuras dos órfãos até “O fim”. (Resenha: Desventuras em Série – Lemony Snicket)

Opinião: Espere! Antes de começar a ler esse texto sobre os 7 primeiros livros das “Desventuras em Série”, você precisa saber de algumas coisas. Primeiro, caso esteja procurando por livros alegres em que as histórias se passem em campos verdejantes e com raios de sol e com cães saltitantes, acho melhor fechar esse site e ir procurar blogs dedicados a gatinhos fofos ou quem sabe abrir algum portal culinário que ensine a fazer um delicioso bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro. A história de Violet, Klaus e Sunny está longe de ser alegre e de fácil digestão, uma expressão que aqui significa “que você vai torcer a todo momento por um vislumbre, o menor que seja, de felicidade, mas essa é uma palavra que infelizmente você não encontrará nesse livro”. A jornada desses 3 órfãos é pavorosa e repleta de infortúnios.
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Entretanto, uma delícia de se acompanhar. A série, escrita pelo autor-personagem Lemony Snicket (um heterônimo de Daniel Handler), apresenta 13 volumes, porém não precisa se assustar com a quantidade. De forma geral, são livros bem pequenos, tanto no número de páginas quanto no próprio formato físico, e rápidos de se ler, sem contar uma narrativa extremamente irônica e deliciosa, e aqui eu uso essa expressão em seu sentido figurativo, não literal – não pega bem sair comendo livros por aí, não é? É verdade que a estrutura da história segue um formato já preestabelecido desde o primeiro volume (há a hospedagem dos órfãos em sua nova casa, algumas desventuras logo depois e, por fim, o desfecho infeliz e horripilante), mas, conforme a série vai avançando, tenho notado algumas mudanças e um amadurecimento da história bem positivos – podemos observar isso a partir do livro quarto, principalmente. Os primeiros livros eram simples, mas agora sinto que o autor está me levando por um caminho verdadeiramente importante para o desfecho de todas essas desventuras.

“Momentos felizes eram raros e inesperados na vida dos Baudelaire, e os três irmãos tinham aprendido a aceitar esse destino.”

– Página 79 de ‘Inferno no Colégio Interno’

Ler cada volume das ‘Desventuras em Série’ é se perguntar de que modo, desta vez, os 3 órfãos Baudelaire irão se safar das garras do odioso Conde Olaf, o grande vilão da história. Entretanto, mesmo já tendo na cabeça uma ideia do final, o trajeto até lá é sempre empolgante, uma palavra que aqui significa “que você não quer largar de jeito nenhum, mesmo que seja desgraça atrás de desgraça”. Alguns de vocês podem se perguntar se eu tenho algum favorito. Bom, dentre os 7 que eu já li, ‘A sala dos répteis’, ‘O lago das sanguessugas’, ‘Inferno no colégio interno’ e ‘A cidade sinistra dos corvos’ foram os que eu mais gostei, não necessariamente nessa ordem. Outros podem ainda me questionar a respeito das adaptações para o cinema e para a TV. Bom, por enquanto conheço somente o filme, estrelado por Jim Carrey e lançado lá em 2004, que inclusive adoro, e os 2 primeiros episódios da primeira temporada, que também me agradou.
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“Nosajude”, gritaria Sunny, caso ela estivesse do meu lado agora. Sunny é a mais nova dos Baudelaire e, como um bebê normal da sua idade, fala através de gritos ininteligíveis. Por exemplo, com “nosajude” ela provavelmente quer dizer algo do tipo “Acho que vocês deveriam ler as nossas historias, por mais que sejam tristes e trágicas. Mas, quanto mais pessoas souberem dos planos pérfidos do Conde Olaf, maiores as chances de capturá-lo de uma vez por todas!”.ㅤㅤ

“Um raio, afinal, raramente cai de um céu azul em dia de sol e atinge exatamente o mesmo lugar mais de uma vez. Mas para os órfãos Baudelaire, a vida não parecia ser muito mais do que raio após raio caindo, numa infelicidade só, céu azul em dia de sol, desde que o Sr. Poe fora portador do primeiro raio em dia de céu claro ao contar-lhes que os seus pais tinham sido mortos…”

– Página 97 de “A cidade sinistra dos corvos”

O autor: Pseudônimo do escritor Daniel Handler, tornou-se um fenômeno editorial em todo o mundo. Nasceu em 1970, em San Francisco, EUA, onde mora até hoje. É casado e não tem filhos. Integra uma banda chamada Magnetic Fields.

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