Sinopse Aleph: Quando um satélite especial traz para a Terra um misterioso e letal elemento do espaço, o governo dos Estados Unidos aciona um grupo secreto para estudar o ocorrido e conter a maior crise já enfrentada pela ciência. Se os cientistas não descobrirem rapidamente como agir, uma catástrofe mundial sem antecedentes pode acabar acontecendo. (Resenha: O Enigma de Andrômeda – Michael Crichton)
Opinião: Uma das questões que mais povoam o imaginário na literatura de ficção científica diz respeito a um possível contato nosso com uma civilização, ou tipo de vida, extraterrestre. A invasão bélica idealizada por H.G. Wells moldou por muito tempo uma ideia de que qualquer criatura vinda dos céus não traria consigo intenções pacíficas. E no decorrer do século XX diversos autores se debruçaram sobre possibilidades e fascinaram (ou amedrontaram) as pessoas com criaturinhas verdes, pistolas de raios de desintegração, e uma variedade de hipóteses para a tão sonhada confirmação de vida fora da Terra.
No embalo da locomotiva de inovações no campo da ciência, que a partir da segunda metade do século XX passou a ditar formas de comportamento e influenciar nossa rotina, somado aos projetos que opunham EUA e URSS na briga pelo domínio espacial, Michael Crichton, então um jovem estudante, estreou na literatura trazendo uma nova possibilidade para nosso contato com seres extraterrestres. O Enigma de Andrômeda, publicado em 1969, ano em que os EUA colocaram “os pés” na Lua, traz a vida alienígena sob uma nova visão. Sai de cena a criaturinha com traços humanos e entra uma vida microscópica, invisível ao olho nu.
Estaríamos nós preparados para lidar com um tipo de vida alienígena que ninguém pode ver? Por exemplo, uma bactéria, capaz de afetar nosso sistema imunológico, provocar doenças e talvez até matar. Se para uma invasão de naves espaciais, nossos autores pensaram uma gama de armamentos, o que teríamos em mãos no caso de algo impossível de ser visto? A partir de questionamentos como esses, O Enigma de Andrômeda se constrói em uma narrativa viciante e impossível de ser abandonada até que viremos a última página. Crichton escreve de forma dinâmica e envolve os leitores em um suspense recheado de jargões e termos científicos sem que em nenhum momento isso se torne enfadonho ou tedioso. Pelo contrário, a ficção é inteiramente baseada em argumentos, teorias e possibilidades reais e isso abre nossa imaginação e capta nossa curiosidade.
A ameaça narrada em O Enigma de Andrômeda se dá a partir de um satélite que retorna à Terra. Seu potencial letal é logo identificado e o governo norte-americano entrega a responsabilidade para solucionar o caso nas mãos de um quarteto de cientistas. A partir daí, é um jogo contra o tempo para não somente identificar que tipo de vida está diante deles, como para encontrar soluções antes que o problema se alastre. Nessa trama sobram citações de pesquisadores e cientistas consagrados, tanto que ao fim o livro traz uma respeitosa e considerável bibliografia. E nos leva, também, para um final bem chocante e perturbador.
Mesmo em se tratando da primeira obra escrita por Michael Crichton, já é facilmente possível identificar os principais elementos que logo iriam transformá-lo em um fenômeno de vendas. O Enigma de Andrômeda tem tudo para agradar aos fãs de suspense com pitadas de ciência, medicina e uma boa investigação espacial. Leitura imperdível e que vai mostrar, aos que ainda não o conhecem, o gigantismo e a versatilidade do imortal criador do parque de dinossauros.
“… a inteligência humana provocava mais problemas do que vantagens. Era mais destrutiva do que criativa, mais confusa do que reveladora, mais desencorajadora do que satisfatória, mais egoísta do que caridosa. ”
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Seu gênero literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo seu treino médico e científico — Crichton era formado em medicina pela Harvard Medical School.