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Resenha: Dentes de Dragão – Michael Crichton

Sinopse Arqueiro: Em 1876, no inóspito cenário do Oeste americano, os famosos paleontólogos e arquirrivais Othniel Marsh e Edwin Cope saqueiam o território à caça de fósseis de dinossauros. Ao mesmo tempo, vigiam, enganam e sabotam um ao outro numa batalha que entrará para a história como a Guerra dos Ossos. Para vencer uma aposta, o arrogante estudante de Yale William Johnson se junta à expedição de Marsh. A viagem corre bem, até que o paranoico paleontólogo se convence de que o jovem é um espião a serviço do inimigo e o abandona numa perigosa cidade. William, então, é forçado a se unir ao grupo de Cope e eles logo deparam com uma descoberta de proporções históricas. Mas junto com ela vêm grandes perigos, e a recém-adquirida resiliência de William será testada na luta para proteger seu esconderijo de alguns dos mais ardilosos indivíduos do Oeste. (Resenha: Dentes de Dragão – Michael Crichton)

Opinião: Se muitos de nós somos fãs de dinossauros e sonhamos (e nos aterrorizamos, claro) com as possibilidades mostradas nas telas do cinema, o responsável direto por isso é Michael Crichton. Autores antes dele já haviam escrito sobre os “lagartos gigantes”, como sir Arthur Conan Doyle, por exemplo, mas foi através de sua mente visionária e criativa que o parque jurássico ganhou vida e até hoje, décadas depois, ainda fascina e encanta. Para quem tão bem deu vida aos Tiranossauros e Velociraptores, fácil seria trilhar também os caminhos da busca por seus fósseis. Assim, como presente aos fãs, Dentes de Dragão, obra póstuma, vem como uma despedida e traz um passeio incrível por um período real da história norte-americana.

Dentes de Dragão, antes de mais nada, retrata episódios reais da corrida de dois renomados paleontólogos em busca de fósseis de dinossauros pelo Oeste americano. Nesse cenário, Crichton insere seu protagonista fictício para participar de uma dessas expedições. E aí sobra aventura em meio a campanhas militares, ataques indígenas, cidadezinhas perdidas no meio de cânions e aquele clima de Velho Oeste com pistoleiros, duelos, diligências e tiroteios de sobra.

A linguagem de Crichton é empolgante, veloz e vigorosa. Somos facilmente transportados para os cenários e vivemos junto com os personagens o ritmo frenético, e de sobrevivência, da história. Mesmo não tendo o fôlego revolucionário dos livros mais famosos do autor, Dentes de Dragão carrega aquele estilo de trama meio ficção, meio realidade, com um tom descompromissado que qualquer apreciador de bons causos vai gostar.

A Guerra dos Ossos, que durou cerca de dez anos, mas foi condensada em uma única expedição em Dentes de Dragão, é um daqueles episódios talvez não tão fundamentais para o nosso conhecimento geral, afinal ela faz parte da história norte-americana. Contudo, desbravar esse período, principalmente para os leitores ávidos por ficção histórica, é rico e prazeroso. Acostumados com filmes ou com o inconsciente coletivo moderno de pesquisadores munidos de delicados pincéis e equipamentos tecnológicos a buscar artefatos históricos, chega a ser difícil imaginar o calvário enfrentado pelos pioneiros que se embrenhavam em lugares ermos, desérticos e perigosos em busca de algo que, à época, não tinha nenhum valor.

A saga de William Johnson e sua proteção infinita aos ossos descobertos que vocês vão acompanhar nestas páginas tem passagens tensas e caricatas, tem drama e tem flertes românticos à lá Velho Oeste, mas sobretudo, tem o DNA da curiosidade desbravadora que tanto faz alguém cruzar um país em busca de um fóssil, quanto faz outro alguém buscar reviver animais extintos através de material genético preservado. É a saga real e a saga fictícia que as mãos de Michael Crichton tão bem souberam misturar para gerar mundos fascinantes.

Suba na primeira carroça ou monte seu cavalo e embarque nessa expedição preparado para uma leitura leve, divertida, informativa e que certamente vai despertar o seu lado desbravador. Ah, e cuidado com os índios…

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O Autor: Michael Crichton foi um escritor, produtor de filmes e de televisão estadunidense. Seus trabalhos mais conhecidos são novelas de ficção científica, dentre os quais, sua obra mais conhecida, Parque dos Dinossauros, adaptado para o cinema por Steven Spielberg com o título Jurassic Park, e a série de televisão ER. Crichton também dirigiu e/ou produziu vários filmes e programas de televisão. Entre outros, Crichton dirigiu o filme Coma, adaptado de uma novela de Robin Cook.

Seu gênero literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo seu treino médico e científico — Crichton era formado em medicina pela Harvard Medical School.

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