Sinopse Universo dos Livros: Enquanto exigia sacrifícios do povo alemão por uma guerra que poucos no círculo interno de Hitler acreditavam que podiam ganhar, os líderes nazistas levavam vidas de incrível devassidão, privilégio e poder. Eram roubos e assassinatos na maior das escalas. A vida secreta dos nazistas revela esses e muitos outros conflitos que se passaram nos bastidores do exército mais sistematicamente cruel e organizado que a humanidade conheceu. Se o povo alemão tivesse sabido da verdade sobre os homens em quem confiaram seu futuro, a história poderia ter tomado um outro caminho. Este livro conta a terrível verdade por trás da perniciosa propaganda vendida pelos nazistas. (Resenha: A Vida Secreta dos Nazistas – Paul Roland)
“O ódio é a minha profissão” – Goebbels
Opinião: O nazismo e suas atrocidades constituem um assunto que não se esgota. Quanto mais se pesquisa, mais barbaridades são descobertas, e percebemos que inexistiam limites para a loucura e a crueldade de seus principais personagens. As mudanças de humores no mundo, com renascimento e até fortalecimento de doutrinas mais radicais, estejam elas à direita ou à esquerda, tornam necessário que investiguemos esse passado. Afinal, nunca é demais mergulhar nas engrenagens que construíram regimes como o III Reich na Alemanha.
Nem tão chocante quanto o horror do holocausto, mas igualmente assustador, o cotidiano dos personagens que povoaram a “fauna” nazista costuma ser pouco explorado ou divulgado. É esse o caminho percorrido por Paul Roland em A Vida Secreta dos Nazistas – Histórias ocultas do Terceiro Reich. Com uma linguagem ferina, e às vezes deixando o desprezo pessoal soar mais alto em demasiados trechos, Roland descortina as sujeiras dos bastidores do poder nazista.
O funcionamento da máquina de guerra e exterminação de Hitler é mais do que conhecido, mas ganha contornos interessantes quando descobrimos as disputas de egos, desprezos mútuos e intrigas que se escondiam pelas salas do governo. Sem nada a dever a qualquer ambiente político que se preze, os comandantes nazistas no mínimo se toleravam e, em certo aspecto, eram condescendentes com um chefe que nem todos idolatravam. Acima dos ideais patrióticos estavam os interesses pessoais de riqueza, poder, mesquinharia, vaidade e sexo.
Pelas páginas de A Vida Secreta dos Nazistas, descobrimos um ambiente venenoso, ao mesmo tempo em que nos perguntamos como o III Reich foi tão bem-sucedido com pessoas como aquelas à frente do governo? Poderíamos dizer que no intervalo entre tomar posse de bens e riquezas alheios, desfrutar de aventuras sexuais e criar técnicas de extermínio, eles faziam guerra no intuito de conquistar mais para si próprios.
Elencando minibiografias de todos os principais comandantes nazistas, ou “capangas de Hitler”, como Paul Roland intitula um dos capítulos, a obra faz um compilado pouco aprofundado, mas que serve de ótima introdução para o tema. A leitura é rápida, justamente pela superficialidade, mas nem por isso perde seus méritos. A partir dela, certamente os leitores terão ótimas condições de se aventurar por obras mais densas e com mais detalhes sobre o período.
Único ponto negativo a ser destacado, diversos trechos estão carregados de um tom por vezes bastante pessoal, deixando claro que o autor não conseguiu um distanciamento emocional necessário para uma narrativa histórica. Isso faz com que em certos momentos, a obra soe com ares de “coluna de fofocas”. Uma característica que talvez possa agradar leitores menos afeitos à linguagem tradicional de obras do gênero.
Avaliação: 4 Estrelas
O Autor: Paul Roland é autor de mais de trinta livros, incluindo Investigating the Unexplained, Crime Scenes, In the Mind of Murderers, The Crimes of Jack the Ripper, Nazis and the Occult e Hauntings. Ele é escritor e ensaísta freelancer em muitas publicações do Reino Unido há mais de 25 anos, além de ser colaborador frequente do The Mail onSunday, Kerrang e Total Film.