Sinopse DarkSide: Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. (Resenha: Psicose – Robert Bloch)

Opinião: Psicose é amplamente conhecido por causa do filme de Hitchcock, e talvez por isso muitos acabem deixando de lado o livro, que era uma raridade no Brasil até 2013 quando a DarkSide iniciou seu brilhante trabalho de resgate de clássicos da literatura. Porém, aquela máxima de que o livro é sempre melhor que o filme se aplica totalmente a Psicose e é impossível que esta obra não passe a figurar entre as suas favoritas depois que vocês mergulharem no universo arrepiante, e pouco conhecido, de Robert Bloch.

Psicose é aquele suspense tradicional em que o leitor é facilmente enganado pela engenhosidade do autor. Através de uma escrita leve e de linguagem bastante objetiva, Robert Bloch nos conta a história de Norman Bates (hoje mundialmente famoso também pela série Bates Motel). Norman é um personagem aparentemente sem graça. Um homem que vive à sombra da mãe dominadora, que não consegue tomar decisões e rumos para sua vida, e que passa seus dias gerenciando um decadente motel à beira de uma estrada de pouco tráfego. Seus conflitos com a mãe vão permear a história e os diálogos dos dois estão recheados de ambiguidades que só vamos descobrir lá nas páginas finais.

Marion Crane, que considero uma personagem coadjuvante, é quem vai servir de gatilho para a trama do livro se desenvolver. Dela, vou me limitar a recordar a antológica e imortalizada cena do assassinato enquanto toma banho. Cena essa que só tem o efeito desejado graças à trilha sonora, também clássica.

Feitos esses destaques básicos da obra, não há muito mais o que falar de Psicose sem que entremos em detalhes reveladores. Muito embora a história e seu desfecho sejam pra lá de conhecidos, não vou partir para spoilers. O que vale aqui é a experiência da leitura e a descoberta de que a investigação em torno do sumiço de Marion é muito mais interessante nas páginas do livro do que no filme. Robert Bloch constrói um labirinto para o leitor percorrer. Inocentemente nos deixamos conduzir sem perceber que o caminho, por mais conhecido que se mostre, guarda surpresas de tirar o fôlego.

A obra é de leitura rápida. As pouco mais de duzentas páginas fluem em questão de horas, e chegamos ao final com uma sensação de querer mais. Bloch conduziu tão bem a trama em torno de Norman e sua mãe que ficamos com uma curiosidade de ler mais sobre os dois. Independentemente de você já conhecer tudo sobre Psicose ou já ter assistido ao filme, não abra mão da leitura do livro. É um obra que nenhum fã de suspense / terror pode deixar de ler. Passe algumas horas no Bates Motel e conte-nos como foi sua experiência (se você sair de lá, é claro).

Avaliação: 5 Estrelas

O Autor: Robert Bloch foi um conceituado escritor norte-americano, mais conhecido pelo seu romance de horror Psicose (1959). Posteriormente a história foi adaptada para cinema pelo célebre realizador Alfred Hitchcock, em que Janet Leigh e Anthony Perkins fizeram parte do elenco. Foi também conhecido como roteirista e um autor prolífico no gênero da ficção científica. Bloch foi por diversas vezes galardoado, tendo recebido um Prémio Hugo, um Bram Stoker Award e um World Fantasy Award. Chegou a ser presidente de 1970 a 1971 da Mistery Writers of America e foi membro da Science Fiction and Fantasy Writers of America. Faleceu em decorrência de um câncer em 23 de setembro de 1994.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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