Olá, Compulsivos! Hoje vamos falar das primeiras impressões do livro Apenas Viva Sem Mim, da Maria Eduarda Duarte, publicado pela editora parceira Xeque-Matte. Gentilmente a editora nos enviou os dois primeiros capítulos da obra que correspondem a vinte e três páginas do livro.
Em uma ano em que os novos autores brasileiros despejaram no mercado livros cercados de históricas que envolvem universos fantásticos, cheios de bruxas, elfos e duendes… muitas vezes nos tirando da realidade do universo literário brasileiro, a história criada por Maria Eduarda Duarte nos dá esperança de que ainda podemos ser cativados por romances simples e curiosamente surpreendentes.
Com apenas 16 anos, acredito que ela deve ficar bem irritada quando lê isso, Maria Eduarda Duarte, que mora com a família no Ceará, mostra maturidade na sua escrita, criando personagens fortes, descrevendo com detalhismo os cenários que entrega ao leitor e consegue, em poucas páginas, nos fazer mergulhar pra dentro da sua história sem nem mesmo percebermos.
Em Apenas Viva Sem Mim conhecemos a história de Andrew e Maryui, um jovem casal, que parecem perfeitos aos olhos de todos, com uma ligação profunda e, como em todo bom romance, fariam de tudo um para o outro. Tudo muda quando numa noite de sábado quando o destino decide revirar suas vidas, restante somente a culpa, a dor, o medo e a desconfiança, levando Andrew a viver no mesmo mundo depressivo da esposa. O grande ponto central dessa história é a capacidade do amor resgatar as pessoas e reatar laços extremamente machucados ou simplesmente levá-los a ruína.
Os capítulos iniciais da obra apresentam, justamente, os dois momentos dos protagonistas, no antes e depois dos acontecimentos que marcam ambos profundamente. Se por um lado, somos apresentados a um casal apaixonado construindo sua vida juntos, logo na sequencia nos transportamos para o drama que as mudanças e as surpresas da vida causam no nosso dia a dia.
Como só tive contato com os capítulos iniciais, acredito que ao longo da história acompanhamos o desenrolar do casal na tentativa de se reencontrarem em sua própria história. Como o livro é bem curtinho, pouco mais de cem páginas, se a leitura seguir na linhas dos capítulos iniciais é o tipo de livro pra ler em poucas horas. Vale a pena!
Por fim, vale destacar a qualidade da obra de Maria Eduarda, ela mostra potencial para ir além e ganhar seu espaço na indústria brasileira. A única coisa que me incomodou um pouco foi, ainda que discretamente, a referência ao modo de vida americano, até mesmo no nome de seus protagonistas. A autora poderia explorar o cenário brasileiro, principalmente do nordeste, terra maravilhosa que ela habita, e ambientar suas histórias. A literatura brasileira está carente de autores que valorizem a nossa cultura e realmente vi potencial na autora para buscar essa linha nos seus próximos trabalhos. Ficaremos na expectativa e na torcida!