Estão presentes na antologia desde textos em que o autor discorre sobre problemas que a República que ele viu nascer não conseguira solucionar, como o racismo e as desigualdades sociais, até o problema da violência que acompanhava as partidas de futebol, num tempo em que o esporte ainda dava seus primeiros passos no Brasil. Sua preocupação com os efeitos perversos das reformas urbanas feitas no Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX também pode ser visto em crônicas como “As enchentes”, “O desastre”, “Megalomania” e “O prefeito e o povo” e “A revolta do mar”.
No prefácio de Gustavo Henrique Tuna, responsável pela seleção deste livro, ele avalia que as crônicas de Lima Barreto “indiciam sua independência de pensamento em relação aos poderes estabelecidos no país e são marcadas pela sua vontade incessante de se pronunciar a respeito das crueldades da vida cotidiana, sublinhando as injustiças sociais que atingiam as camadas mais humildes da população e zombando dos costumes de uma elite que, aos seus olhos, lhe parecia egoísta e constantemente cega às necessidades mais amplas do país.”