O título pode parecer exagerado, mas hoje vamos falar de um livro que transformou completamente a minha vida quando ainda tinha meus jovens 15 anos (hoje tenho 32). Não Matem as Flores, publicado em 1983, pelo escritor Johannes Mario Simmel é um daqueles romances que nos levam a reflexão de tudo que pensamos ser inimaginável, mas de um dia para o outro podem ser meramente realizáveis.
Minha história com esse livro aconteceu no início do ano 2000. Na época eu era um jovem estudante que morava no interior do Rio de Janeiro e que provavelmente nunca tinha sequer saído do estado, mas tinha um desejo gigante de conhecer o mundo, algo improvável para aquele momento. Eu via na possibilidade de estudar na capital (RJ) a oportunidade de viver outra realidade e conhecer tudo que sempre sonhava. Já estudando exaustivamente para o vestibular das principais universidades do Rio (que seriam realizadas apenas 3 anos depois), me deparei com um livro empoeirado dentro de uma caixa velha no sótão da casa de uma amiga.
Como não tinha o costume de ler, normalmente o livro com a capa lisa vermelha ficaria ali e eu nem mesmo despertaria qualquer interesse nele. Mas naquele momento algo aconteceu, pedi o livro, fui pra casa e comecei a ler cada página… me vi totalmente tomado pela história, transportado pra outra realidade que jamais pensei ser possível conhecer, estava totalmente envolvido não só pela história, mas pelo universo em si da leitura que tem a capacidade de nos fazer viajar sem nem mesmo sair do lugar.
Eu sei, parece clichê, e realmente é. No entanto, aquela foi uma das sensações mais incríveis que eu tive oportunidade de viver na minha vida. Hoje, 17 anos depois, li muito menos livros do que gostaria, mas já li bastante coisa… já chorei, já me apaixonei por personagens, já conheci lugares fantásticos só na minha imaginação e, obviamente, já odiei muitos autores. Hoje faço parte aqui da equipe do Leitor Compulsivo e, sem dúvidas, essa é uma das melhores experiências que vou deixar na minha história.
Alguma coisa de todas as pessoas permanece na Terra. A figura da pessoa desaparece, mas tudo o que ela teve de bom, de melhor, continua no mundo. Por isso, na verdade cada pessoa é um mundo inteiro.
O livro em si conta a história de um advogado de sucesso que está farto da sua vida, da sua esposa, de tudo que o cerca. Durante uma viagem a Viena, um acidente lhe dá a oportunidade de ganhar uma nova vida e assim mergulhamos em uma envolvente e pouco convencional história de amor, conhecemos um lado mais humano que a leveza da vida pode nos proporcionar e somos levados a reflexão de temas importantes, como por exemplo o racismo. Cheio de reviravoltas, Não Matem as Flores, é um dos romances mais maduros e atuais que eu já li. Um livro cheio de personalidade. O primeiro livro que eu li, me apaixonei, e me ajudou a conhecer um novo universo.
Bom, espero que vocês tenham gostado dessa experiência que eu compartilhei com vocês. Se tiverem a oportunidade, procurem esse livro e mergulhem na história, vale muito a pena. Se vocês quiserem, podem contar aqui nos comentários, como foi a sua primeira experiência com um livro. Vou ficar muito feliz em conhecer! 🙂