Sinopse Intrínseca: Na pequena cidade de Ealing, Iowa, Austin e seu melhor amigo, Robby, libertam acidentalmente um exército incontrolável. São louva-a-deus de um metro e oitenta de altura, completamente tarados e famintos. Essa é a verdade. Essa é a história. É o fim do mundo e ninguém sabe o que fazer. Com todos os elementos obrigatórios de um romance apocalíptico, Selva de Gafanhotos mistura insetos gigantes, um cientista louco, um fabuloso bunker subterrâneo, um mal resolvido triângulo amoroso-sexual e muita, muita confusão, e está longe de tratar apenas do fim do mundo. Engraçado, intenso e complexo, o livro fala de um jeito inovador de adolescência, relacionamentos, amizade e, claro, de temas um tanto mais inusitados, como testículos dissolvidos e milho modificado geneticamente. Um romance surpreendente sobre a odisseia hormonal, amorosa e intelectual que é essa fase da vida. (Resenha: Selva de Gafanhotos – Andrew Smith)
“É assim que o fim do mundo parece: ele parece uma criança que sai correndo para atravessar a rua, com os olhos focados apenas em um destino à frente: o futuro, que está do outro lado. A criança não percebe o caminhão que se aproxima em alta velocidade na mesma rua, no presente. É com isso que o fim do mundo parece. Todas as estradas se cruzam aqui. ”
Opinião: Ler este livro vai te deixar com tesão! Essa, pra mim, é a melhor introdução que posso fazer a uma obra insana e única. Selva de Gafanhotos é uma crônica divertida e descompromissada de um jovem adolescente que poderia ser qualquer um de nós, com a (pequena) diferença de que este jovem está vivendo o que podem ser os últimos dias da raça humana sobre a Terra. Essa premissa, que tinha tudo para render mais um livro entre os muitos a explorar a destruição da humanidade, foi transformada em pano de fundo para Andrew Smith desenvolver um relato das confusões, medos e descobertas da adolescência.
O protagonista Austin é um garoto de pensamentos afiados, bem articulado e cheio de referências históricas para ilustrar ou comprovar seus pontos de vista. Totalmente apaixonado por sua namorada Shann, ele também sente atração por seu melhor amigo (e gay assumido) Robby. Em uma de suas aventuras pela cidade, esse trio acaba libertando um fungo que ao infectar as pessoas, as transforma em gigantes louva-a-deus. O objetivo desses bichos? Comer e transar. É assim que o mundo acaba.
À medida que a história avança, sempre narrada por Austin, vamos percebendo o impacto dessa infecção e como ela vai saindo de controle. Os motivos, bizarros, para tudo isso acontecer também são explicados. E as relações conturbadas dos adolescentes em suas descobertas e dúvidas vão sendo exploradas. Tudo de forma extremamente amalucada.
A história é pra lá de divertida e vale como um passatempo para relaxar. Os personagens são bem desenvolvidos e nos cativam facilmente, e as reflexões do protagonista Austin contém algumas sacadas muito boas. Ao mesmo tempo o excesso de palavrões e gírias para caracterizar os adolescentes soa forçado e exagerado. A intenção do autor de criar uma obra insana foi tão bem-sucedida que ela ficou com ares de filme trash e isso acaba decepcionando bastante. Mas como já afirmei, este é um livro descompromissado e é assim que devemos embarcar em sua leitura.
Selva de Gafanhotos é tudo, menos um livro comum. Nunca imaginei ler nada parecido e, para o bem ou mal, ele acaba marcando justamente por sua bizarrice. Como diz a chamada de capa, “você nunca leu nada igual”.
Avaliação: 3 Estrelas
O Autor: Andrew Smith é autor premiado de vários romances para jovens, incluindo o aclamado Winger, considerado o livro do ano pela Amazon em 2014. Nascido na Califórnia, passou boa parte da juventude viajando pelo mundo. Estudou ciências políticas, jornalismo e literatura e publicou diversos contos e artigos.