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Resenha: A Espiã da Realeza – Rhys Bowen

Sinopse Arqueiro: Apesar de ser a 34ª na linha de sucessão ao trono inglês, lady Victoria Georgiana Charlotte Eugenie de Glen Garry e Rannoch – Georgie para os íntimos – está totalmente falida. Para continuar se mantendo, ela tem duas opções: se casar com um príncipe com cara de peixe ou se tornar acompanhante de uma tia idosa e reclusa. Georgie se recusa a aceitar qualquer um desses destinos deprimentes e decide ir sozinha para Londres em busca de emprego e liberdade. Enquanto tenta se desdobrar para arranjar um trabalho remunerado, Georgie chega em casa um dia e encontra, morto em sua banheira, o francês arrogante que estava reivindicando a posse da propriedade ancestral dos Glen Garry e Rannoch. Agora ela terá que usar seus dotes investigativos recém-descobertos para provar a inocência de sua família e limpar seu sobrenome. (Resenha: A Espiã da Realeza – Rhys Bowen)

Opinião: Aposta da Editora Arqueiro para trazer novos estilos de suspense para os leitores brasileiros, a coleção de livros Mistérios em Série é uma boa oportunidade para descobrirmos se o lado leve, humanizado e bucólico de tramas de mistério consegue fisgar nossa atenção e envolver tanto quanto os thrillers carregados de ação, muito suspense e reviravoltas de tirar o fôlego.

Nesse contexto, Rhys Bowen transporta os leitores para o começo do século XX, nos anos 1930, para apresentar a trigésima quarta na linha de sucessão ao trono britânico, nossa futura espiã Georgie Rannoch. A protagonista dessa série é da nobreza apenas nos títulos e costumes. Financeiramente ela está mais quebrada que as condições de sua família, e precisa se aventurar em diferentes formas de trabalho para ganhar o suficiente para sobreviver. Então, já dá pra adiantar que a pegada no livro tem bons tons cômicos e comentários mais sarcásticos.

Seguindo a proposta desse tipo de suspense, A Espiã da Realeza é um livro em que o mistério vai ocupar ares bem mais secundários do que estamos acostumados com os thrillers tradicionais. Há um bom número de capítulos dedicados a apresentar e contextualizar quem é Georgie, sua família, amigos e em quais ambientes nós, leitores, vamos transitar ao longo da trama. Só depois é que um corpo entra em cena e consequentemente teremos uma investigação. Mas é tudo muito leve e pontuado por chás, intrigas, pequenos romances e detalhes da corte inglesa.

O mistério em torno do qual a reputação da família de Georgie vai se ver envolvida é simples demais e a autora já espalha pistas de uma forma que considerei bem evidente. Acaba sendo bem fácil matar a charada enquanto nos aventuramos pela Inglaterra, seus salões nobres e costumes aristocráticos. É um daqueles clássicos “quem matou?”, só que conduzido por uma investigação com ares bufões. Porque Georgie não é uma detetive ainda e tudo que ela faz é ir tateando no escuro a partir de suposições e contando com a ajuda de um conjunto bem peculiar de personagens. No fundo, A Espiã da Realeza é um livro de humor e intrigas palacianas pontuado por um mistério.

A forma como Rhys Bowen construiu e apresentou seus personagens, além da própria trama em si, é muito leve e ela não teve muitas preocupações com detalhes ou ambientações além do que seria necessário. O resultado foi um livro de leitura bem rápida, mas que curiosamente segura para o finalzinho o desfecho e a solução do caso, o que é normal, mas colocando tudo numa velocidade desnecessária. No fim das contas, tudo se resolve em um único capítulo e de um jeito que nos suspenses mais elaborados soaria simplista demais. Mas levemos em consideração que Georgie bem ou mal está na linha de sucessão ao trono e ninguém vai duvidar da sua palavra.

Num balanço de leituras dos três primeiros títulos da Coleção Mistérios em Série, A Espiã da Realeza foi o livro mais fraco na minha opinião. Contudo, é uma história que facilmente vai agradar aos leitores que gostam desse ar inglês com todo o tradicionalismo da monarquia, os costumes, a etiqueta e tudo pontuado com muito bom humor.

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A Autora: Rhys Bowen é autora de mais de 40 livros e já ganhou mais de 20 prêmios literários, entre eles o Agatha, o Anthony e o Macavity. Muitas de suas obras entraram para a lista de mais vendidos do The New York Times e já foram traduzidas para 26 idiomas. Além das séries A Espiã da Realeza, Molly Murphy e Constable Evans Mysteries, ela escreve romances históricos independentes. Rhys nasceu em Bath, na Inglaterra, e atualmente vive entre a Califórnia e o Arizona.

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