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Resenha: As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle – Stuart Turton

Sinopse Dublinense: Dia após dia, um homem acorda em meio aos preparativos de uma festa em honra a Evelyn Hardcastle na Mansão Blackheath. Dia após dia, em um corpo distinto. Cada hospedeiro é uma nova chance de descobrir o culpado pela morte da estrela da festa, que se desvela durante o luxuoso baile de máscaras. Além da confusão da viagem do tempo, os segredos transbordam, e nenhum movimento é simples, pois as regras do jogo não estão claras – e reviravoltas acontecem a todo momento. (Resenha: As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle – Stuart Turton)

Opinião: As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle é um suspense desafiador pela complexidade das informações que vão se acumulando a cada nova etapa da investigação que busca desvendar quem matou a mulher que dá nome ao livro. Original em todos os aspectos e uma grata surpresa nas minhas leituras do gênero, o livro meio que passou despercebido pelos leitores brasileiros mesmo fazendo parte do TAG e, posteriormente, chegando às livrarias pela Dublinense.

As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle é um grande jogo investigativo de viagem no tempo em que o protagonista se encontra preso na cena de um crime. A cada novo dia ele acorda no corpo de uma pessoa diferente, com acesso a novas informações, na tarefa de desvendar, ou talvez impedir, o assassinato de Evelyn. Isso faz com que a narrativa inicialmente seja um pouco confusa. O vai-e-vem entre personagens e intervalos temporais é constante e há muitas pistas em jogo. É desafiador para nossa memória de leitores-detetives assimilar tudo o que está acontecendo e onde podem estar escondidas algumas das soluções da trama.

O protagonista sabe muito pouco do que está acontecendo e novos mistérios vão se sobrepondo ao foco do assassinato de Evelyn. Ele não pode confiar nas pessoas com quem cruza ou troca informações, porque há outros interesses em jogo. Ao mesmo tempo, ele conta com algumas ajudas que nunca nos passam certeza de que são honestas o suficiente. Pra piorar, o afeto por uma personagem vai influenciar em algumas de suas atitudes. Acham que acabou? Pois lembram que falei que a cada dia ele acorda no corpo de um personagem diferente? Então… Isso faz com que a história vá se repetindo a cada nova etapa e nós vamos lendo os mesmos episódios a partir do ponto de vista de diferentes pessoas. É fácil confundirmos ou querermos retornar algumas páginas para checar se não deixamos passar nada. Um verdadeiro quebra-cabeças…

Evelyn Hardcastle certamente não é o tipo de livro fácil de agradar aos leitores. Justamente pela quantidade de informação que ele traz a partir dos diversos personagens em que o protagonista acessa diariamente. Há muitas tramas e subtramas se sobrepondo para formar a cena de um crime que guarda segredos do passado ainda a serem revelados. Em resumo, é uma narrativa que exige muita atenção e concentração. O que pode ser um ponto super positivo acaba, portanto, funcionando também como um ponto negativo. Há muita coisa acontecendo em uma história pra lá de complexa. E olha que nem vou mencionar uma misteriosa figura que parece ser onipresente e detém todas as informações necessárias para a solução do crime.

Apesar da complexidade, As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle me agradou do início ao fim, principalmente por apresentar um desfecho que surpreendeu bastante pelo inesperado das explicações. Se não recebi nenhum soco no estômago ou perdi o fôlego pela quantidade de reviravoltas, a obra como um todo me conquistou por fugir do óbvio e se apresentar com uma história muito diferente de tudo o que tenho lido ultimamente em termos de suspense. Não é um livro inesquecível ou que possa figurar entre os favoritos, mas é um livro instigante, inteligente e original. Só por isso já merece uma chance.

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O Autor: Stuart Turton é um Jornalista de Turismo freelancer, que já trabalhou em Xangai e Dubai. Ele mora em Londres com sua esposa e filha.

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