Normalmente a maiores dos leitores tende a torcer o nariz para os chamados clássicos da literatura nacional. Seja por trauma de terem sido obrigados à leitura na escola sem nenhum preparo ou por puro preconceito, costumamos deixar um pouco de lado o que de melhor nossos autores produziram.

Pensando assim listei cinco livros clássicos que considero indispensáveis em nossa literatura. Obviamente existem outros que poderiam muito bem integrar essa lista e conto com a colaboração de vocês para ampliá-la. Vamos a eles!

1 – Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

Este é, pra mim, o segundo melhor livro da literatura brasileira de todos os tempos (atrás apenas de Grande Sertão: Veredas). Machado de Assis nos brinda com um defunto narrador que passa sua vida a limpo sem constrangimentos, numa narrativa permeada de um humor fino, inteligente e, por vezes, negro. É leitura obrigatória e facilmente integraria uma lista de clássicos mundiais.

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2 – O Mulato – Aluísio Azevedo

O preconceito enraizado na sociedade maranhense, síntese do Brasil da época (e vivo até hoje) é retratado de forma crua neste livro. E possui um dos finais mais chocantes entre todos os que li das obras desse período. Aliás, O Cortiço, também de Aluísio Azevedo, mereceria um lugar de destaque em uma lista maior.

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3 – Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto

O nacionalismo levado ao extremo pela figura singela de Policarpo Quaresma. O idealista que luta e crê no Brasil, e sua desilusão com a República recém-proclamada, é uma excelente e divertida leitura para nossos tempos atuais.

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4 – Iracema – José de Alencar

O extremo detalhismo com que José de Alencar trabalha suas histórias, por vezes, pode torna-las chatas e afastar totalmente os leitores de hoje em dia, mas Iracema é um livro que merece atenção. A obra é uma alegoria da colonização europeia nas Américas mostrando o encontro de natureza com civilização, e seus desdobramentos.

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5 – O Ateneu – Raul Pompéia

O colégio interno Ateneu é um microcosmos da sociedade brasileira de fins do século XIX. Através da narração de Sérgio, que conta seus anos no colégio, vamos acompanhando a rotina de uma instituição que educava os filhos das famílias mais abastadas, aqueles de quem muito se esperava no futuro. O rígido e vaidoso diretor Aristarco é um personagem fascinante e uma ótima representação do pensamento que por muitos anos moldou e ainda hoje tem pequenas influências em nossa sociedade

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